Para a Depressão: Quem és tu?

Eu não sei por qual motivo tu me escolhes, por qual motivo me persegues, mas tu precisas me deixar em paz.

Não entendo porque fazes isso comigo.

O que lhe fiz?

Nunca sequer toquei em seu nome...

Você se aproveitou de um momento frágil, se aproximou e nunca mais quis me soltar.


Todos os dias, todos os segundos, você insiste em gritar para mim o quanto sou medíocre. 

Numa pressão exarcebada, você me fez parar de sentir o amor, gostar do calor e das melhores artes que eu amava. 

Você me humilha em doses diárias, faz com que a minha felicidade se torne impossível e me faz repetir para mim mesma que estou sozinha, mesmo rodeada de pessoas.

Me faz sentir a pessoa mais vazia do mundo, mesmo tendo tanto carisma em mim.


Eu estou cansada de conviver com você, cansada de me controlar.

Eu te odeio de todas as formas. Desde o momento da sua chegada em mim, desde o dia que me induziu ao fim.

Eu imploro, me deixe. 

Eu não aguento mais.

Quanto mais cedo for embora, melhor para mim serei. 

E não volte.

Tu não morarás em mim de favor.

Eu mal te quero saber, ver ou sentir.


Atenciosamente,

Sua Última Moradia.


Autoria: Camille Caetano

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