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Mostrando postagens de abril, 2022

Para o Fim: Qual deles?

Sincera pergunta: Qual deles? Por fim, creio eu que a sua carta foi a que mais me causou um bloqueio. Me faltaram palavras para conseguir te escrever de uma forma que eu pudesse me expressar por completo. [Você é TÃO complexo.] Como pode, uma coisa tão simples, parecer complexa?  Pois eu digo:  Ninguém pode prever o Fim, você é uma coisa repentina.  Talvez me falte maturidade para conseguir te entender, para aceitar sua chegada sem questionar seu mau momento, ou para entender o por quê tu levas pessoas tão maravilhosas. [Você é EXTREMAMENTE egoísta.] Tu não deverias ser capazes de decidir quando seu caminho cruzaria com o de outros, não deveria ser o SEU dever fechar ciclos. Não me leve a mal, mas não acho que as pessoas devam culpar o Tempo por terminar estágios da Vida, e sim, você. Tu é responsável por toda mágoa que transborda em corações isolados. Em todo começo, sempre vem tu, o Fim.  Você está em todos os lugares:  Amores, relacionamentos, momentos, vidas. Em toda era, você está

Para o Tempo: Dai-me tempo

Fiquei ansiosa para escrever essa carta, porque de todas as outras, você é a única que realmente não mente.   Você tem sua complexidade, é fato.  Seria difícil para algumas pessoas entender o seu significado, seu valor e sua importância.  Mas conforme os anos se passaram, eu comecei à entender o quão você passa depressa (mesmo que prematuramente) e o quanto somos tolos por não saber aproveitar cada segundo de você. Tempo, apesar de você ser rígido demais com seu passar, eu te considero o melhor (dos melhores) artistas. Da Vinci pintou a Monalisa. Van Gogh pintou Noite Estrelada.  Mas você, Tempo, é responsável por traçar momentos que são incomparáveis. Após entender, de certa forma, o seu jeito, eu passei à reparar na forma que você se comporta: No começo da manhã, até à noite, em que os tons azuis de céu iam ficando mais escuros. Num pequeno filhote siamês, que foi crescendo com o passar dos meses. Nos 10 segundos da virada de ano. Até no padeiro da esquina, que começou à ter cabelos

Para a Alegria: Sinceras desculpas

  Alegria, eu preciso me desculpar. Fazia tempo que eu não te sentia.  Você andou distante esses últimos meses, não se aproximou, nem sequer me notou. Confesso, parte disso é culpa minha.  Eu deixei a Tristeza tomar conta do meu corpo e não abri brechas para você se alojar.  Sinto falta de rir na rodinha de amigos,  falta de sentir a barriga doer depois de longas gargalhadas, das brincadeiras de rua,  sorrir da ingenuidade das crianças,  at é do bom dia sorridente do padeiro. Ah, Alegria, você me proporcionou tantas felicidades...  Preciso me desculpar por não aproveitar as coisas boas que você me deu, os momentos felizes que vivenciei e não dei o devido valor. Me desculpar por não conseguir mais deixar você chegar perto de mim, e ficar. Esse sentimento de solidão, indiferença e cansaço que habitam em mim não me deixam abrir portas para ti. Talvez, algum dia, eu possa me deixar te sentir novamente, quando tudo passar. É uma promessa. Me recuso à viver parada com a Tristeza enquanto po

meu corpo ou seu objeto?

 você me vê mas não como alguém  me olha como objeto pronto para uso e descarte você me vê mas não como alguém  que tenha qualidade,  um sorriso sincero,  ou lealdade as suas verdades,  tão maquiáveis fizeram acreditar que você me queria - além do corpo - na mais frágil parte habitada em mim você disse um “eu te amo” mesmo sem amar e sem intenção de ficar, foi embora no fim,  fui apenas isso: seu objeto para uso e descarte

amores fúteis

 se me queres me prove me torne tua não apenas diga, com palavras vagas que significo algo se me queres me coloque em tua vida demonstre, permaneça se me queres faça-me sentir única não esperes que eu lute pois de todos os amores, o maior é meu eu não devo – e não vou – implorar por um lugar prefiro estar sem ti, do que regar  um amor meio fútil. Camille Caetano